sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Como ter acesso ao único Deus Todo-Poderoso – um resumo do livro de Levítico.

Levítico segue uma progressão dento do Pentateuco – os primeiros cinco livros da Bíblia, escritos por Moisés. Em Gênesis Deus elege Abraão e sua família para receberem o pacto de Deus. Nessa Aliança Deus prometeu que o descendente de Abraão – Jesus – traria salvação ao mundo. Êxodo mostra o caráter legal dessa Aliança e narra a poderosa libertação dos filhos de Abraão do cativeiro egípcio e ensina como deviam cultuar a Deus. Levítico fornece as instruções de como cultuar ao SENHOR, o Deus da Aliança, de forma agradável e eficaz.
 Levítico contém as leis que Deus deu a Moisés durante a permanência de Israel no Monte Sinai. É como se fosse um manual de orientação a sacerdotes e leigos, orientando-os a oferecerem uma adoração aceitável ao SENHOR. Os assuntos principais de levítico são Expiação e a Santificação, que representam o caminho de acesso a Deus. Até o cap. 16 o tema é a Expiação. O restante do livro fala de santificação.
Sem derramamento de sangue não há remissão de pedados (Hb 9.22).
O inocente e puro sangue de Cristo foi entregue na cruz com o fito de remover os nossos pecados e nos reconciliar com Deus. Na Antiga Aliança esse sangue era, temporariamente, representado pelo sangue de animais que eram oferecidos pelos sacerdotes israelitas, objetivando cobrir os pecados dos filhos de Israel em sua peregrinação até que viesse Jesus, como o cordeiro de Deus de tirar (e não cobrir) o pecado da humanidade.
Os capítulos 1-7 apresentam cinco tipos de sacrifícios: holocausto, oferta de cereais, oferta pacífica, oferta pelo pecado e oferta pela culpa. O objetivo dessas ofertas era expressar gratidão a Deus, renovar e aprofundar a comunhão com Ele e também uma forma de pedir perdão. As ofertas eram realmente orações expressas por ações. Algumas ofertas envolvia sacrifício de animais e isso mostrava que o homem é pecaminoso e precisa de purificação por meio do sangue. Hoje não é mais o sangue de animais, mas o sangue de Cristo Jesus.
O cap. 8 trata da consagração de Arão e seus filhos ao ofício sacerdotal. Um novilho e dois carneiros são oferecidos ao SENHOR, as vestes sacerdotais são vestidas em Arão e em seus filhos, seguindo-se, assim, todo um cerimonial ordenado por Deus e realizado por Moisés. A consagração, de Arão e seus filhos, durou sete dias. Nesse período eles não podiam sair da porta da Tenda da Consagração. No oitavo dia Arão ofereceu um bezerro, um carneiro e um bode em expiação pelo pecado dele e do povo. Em consequência, “a glória do SENHOR apareceu a todo o povo” (Lv 9.23).
O ofertante, além da oferta, precisava, também, de um mediador que o ajudasse a se chegar a Deus em adoração. Arão e seus filhos tinham essa missão de aproximar os israelitas a Deus e conduzi-los ao perdão e a salvação. Na Nova Aliança esse ministério sacerdotal é cumprido em Jesus Cristo – o Sumo Sacerdote do crente (Hb 2.17). Todos devem receber Jesus Cristo em seu coração como Salvador e Senhor. Quem assim o faz passa a ter Jesus como seu Sumo Sacerdote.
No capítulo 10 ocorre um fato triste e desagradável. Dois filhos de Arão, Nadabe e Abiú, ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não era ordenado. Como resultado, morreram os dois na presença do SENHOR. Levítico 10.8-11 parece sugerir que eles fizeram tal ação sob o efeito de bebida alcoólica. Fica a lição: Qualquer quantidade de bebida embriagante é incompatível com o alto padrão de santidade de Deus. Os que se achegam a Deus devem ser santos em toda maneira de viver.
O cap.11 de Levítico apresenta uma longa lista de animais que podiam ou não ser comidos. Imundo seria tudo aquilo que não tivesse de acordo com a vontade de Deus e sua santidade. Quanto à alimentação o Senhor Jesus deixou claro que não é o alimento que nos torna impuros e sim os maus intentos procedidos do coração. O cap. 12 relata que os fluídos emitidos por ocasião do parto eram impuros. Isso mostra que as crianças nascem com uma natureza inclinada para o pecado e que precisam receber, após a capacidade de discernir entre o certo e o errado, a purificação através de Cristo.
O cap. 13 reporta-se às leis que orientavam os sacerdotes sobre como agir quando uma pessoa e suas vestes de pele eram atingidas pela praga da lepra. Imundícias, doenças e morte não faziam parte do plano original de Deus para o homem. Elas são uma evidência dos efeitos devastadores do pecado na vida do ser humano. O pecado é considerado uma lepra no sentido espiritual que devasta e mutila a alma da pessoa. Somente o Sangue de Jesus Cristo é capaz de solucionar o problema do pecado. A Bíblia diz: “O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1.7). 31/01/12.
O cap. 14 de Levítico mostra o cerimonial de purificação de um ex-leproso e como proceder com uma casa que foi atingida pela praga da lepra. O ex-leproso apresentava alguns animais para sacrifício cujo sangue, juntamente com azeite, era usado no processo de purificação. O sangue era posto sobre a orelha direita, polegar da mão direita e polegar do pé direito. Depois fazia o mesmo com o azeite que era colocado em cima do sangue. Primeiro sangue, depois, azeite. Purificação vem antes do poder. A unção só vem depois da purificação. O Espírito Santo não vem sobre imundos.
O sangue simboliza a purificação e o azeite é símbolo do Espírito Santo. Os apóstolos e a igreja primitiva foram batizados com Espírito Santo e com fogo. No dia de pentecostes foi vista línguas como que de fogo sobre a cabeça de cada um deles. O fogo é um elemento purificador. Eles foram primeiro purificados para depois serem cheios do Espírito Santo e saírem a pregar o evangelho. Quando Jesus foi batizado, o Espírito veio sobre ele como pomba e não como fogo, pois Cristo nada tinha que ser purificado, mas os humanos têm, e muito. O pombo não se alimenta de carniça. O Espírito Santo não habita em um coração cheio de imundícia e podridão.
O cap. 15 mostra o interesse de Deus pela saúde, higiene e bem-estar do seu povo. As nações daquela época desconheciam higiene, saneamento, prevenção de doenças infectocontagiosas, etc., mas Deus estabelece tais cuidados com eles. O cap. 16 descreve o dia mais importante do ano judaico. Neste dia o sumo-sacerdote, vestido a rigor, solenemente oferecia sacrifícios por ele e pelo povo. Essa cerimonia apontava para Cristo que apresentaria uma expiação plena e definitiva que removeria definitivamente o pecado.
Sem Santificação Ninguém verá o SENHOR (Hb 12.14).
A partir do cap. 17 a santidade do povo está em foco. Este capítulo proíbe oferecer sacrifícios a ídolos e comer sangue. O v.7 deixa claro que os sacrifícios oferecidos às imagens de escultura são oferecidos aos demônios. Por trás de uma imagem está um espírito maligno recebendo as oferendas e se fazendo passar por Deus. O apóstolo Paulo diz a mesma coisa em 1 Co 10.19,20. O sangue foi dado como preço de resgate para os israelitas, por isso, eles não deviam comê-lo. Ele apontava para o precioso Sangue de Cristo, como o cordeiro imaculado de Deus.
O cap. 18 de Levítico trata de casamentos e uniões ilícitas. Ele proíbe todas as práticas sexuais impuras e ilícitas entre parentes, entre homem e homem e com animais. O sexo com a mulher menstruada também era proibido pela lei, pois o fluxo de sangue era considerado imundo. O cap. 19 repete inúmeras leis e preceitos ordenados ao povo israelita. Algumas dessas leis eram exclusivas dos judeus e outras ainda são aplicáveis hoje. O objetivo de Deus era que o seu povo fosse santo, isto é, separado dos costumes ímpios da sociedade de então e dedicado a Ele com amor e santidade.
Como o leitor pode perceber o tema santidade é constante em todo o livro de Levítico, em especial nos capítulos 17 a 27. Lv 20 lista uma série de práticas abomináveis aos olhos de Deus. Algumas delas recebiam a pena máxima declarada na Lei. Sacrifícios de crianças a ídolos; espiritismo, idolatria; amaldiçoar pai e mãe; incesto, homoxessualismo, bestialismo e etc. Todas essas práticas eram comuns entre os moradores daquelas terras e este era o motivo pelo qual o SENHOR estava expulsando-os da terra e dando-a aos israelitas. Eles não deveriam cometer os mesmos delitos.
Lv 21 mostra o alto padrão moral e espiritual exigido dos dirigentes do povo de Deus. Os sacerdotes deviam ser o exemplo de uma vida santa e agradável ao SENHOR. Um padrão moral relaxado “profanaria o nome do seu Deus”. A Nova Aliança também exige um alto padrão moral e espiritual de seus dirigentes. O apóstolo Paulo deixa esse assunto bem claro em 1 Tm 3.1-7. O sacerdócio do Antigo Testamento apontava para o perfeito ministério sacerdotal de Cristo no Novo Testamento, por isso, devia ser santo.
O cap. 22 mostra que o sacerdote devia tomar todo o cuidado necessário para não profanar a santidade do SENHOR Deus. Se o sacerdote, por algum motivo, estivesse imundo não poderia tocar nas coisas sagradas. Precisava se purificar primeiro. A família imediata dele devia ser santa, também. A responsabilidade do sacerdote era oferecer sacrifícios ao SENHOR e os animais oferecidos deviam ser perfeitos. Todos esses sacrifícios apontavam para o sacrifício perfeito de Jesus. Um sacrifício defeituoso não servia como tipo do de Cristo.
O cap. 23 de Levítico apresenta sete festas ordenadas pelo SENHOR: da Páscoa, dos Pães Asmos, das Primícias, do Pentecostes, das Trombetas, o Dia da Expiação e a dos Tabernáculos. Estas festas simbolizavam a redenção e consagração do povo de Deus e mostravam que os israelitas eram propriedade exclusiva de Deus. Seis dessas festas eram de alegria e uma era de tristeza – o Dia da Expiação. Era um dia de jejum, o único exigido no Antigo Testamento.
O cap. 24 mostra como preparar o azeite de oliveira para as luminárias de sorte que iluminassem o interior do lugar santo. Como preparar, também, os pães da proposição que seriam colocados na mesa própria para eles e que seriam consumidos pelos sacerdotes sete dias depois. Este capítulo relata o apedrejamento do filho de uma israelita por haver amaldiçoado ao SENHOR. O nome do SENHOR não pode ser tomado em vão.
O ano de descanso e o ano do Jubileu são assuntos do cap. 25. Os israelitas deviam semear durante seis anos e no sétimo deixariam a terra descansar. Era chamado o ano sabático. No sexto ano a terra produziria por três anos. O ano do Jubileu ocorria de 50 em 50 anos. Nele todos os escravos seriam libertos, as propriedades vendidas voltavam aos seus primeiros donos, nesse ano a terra não era cultivada. Essa medida impedia que os ricos acumulassem propriedades e riquezas a custa dos pobres.
No cap. 26 Deus observa que por causa da desobediência terá que disciplinar seu povo. Se eles forem obedientes terão proteção e paz na terra. A desobediência sempre atrai maldiçoes. Quem é ingrato para com Deus e rejeita suas bênçãos será castigado com aflições e calamidades. O cap. 27 mostra pessoas e coisas dedicadas ao SENHOR. Se alguém desejasse possuir uma dessas ofertas devia pagar o preço equivalente acrescido de vinte por cento. Quem fizer um voto ou promessa ao SENHOR deve cuidar em cumpri-lo, pois é melhor não votar do que votar e não pagar.
A purificação pelo Sangue de Cristo aliada a uma vida santificada é o único caminho de acesso ao Senhor nosso Deus.

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